quinta-feira, 5 de maio de 2016

LEGIÃO URBANA

Olá galera que acompanha o Blog Rock Nacional Anos 80, no post anterior falamos um pouco a respeito de bandas que influenciaram e que foram percursoras desse estilo musical.

Uma das bandas que vieram marcar a história do Rock Nacional e que vem se fazendo presente até nas novas gerações é a Legião Urbana, que fez parte e do cenário do Rock nos anos 80.

A Legião Urbana surgiu no final de 1982 quando Renato Russo uniu-se a Eduardo Paraná (Hoje, Kadu Lambach), Marcelo Bonfá e Paulo Guimarães (o ‘Paulista’). Ico-Ouro Preto teve curta passagem pela banda mas foi de grande importância para o lançamento da banda, mesmo participando em poucos shows ajudou a compor a canção “Ainda é Cedo”, que posteriormente vinha a ser um dos hits da banda. Em 1983, Paulista e Paraná saem da banda, com isso, Dado Villa-Lobos assume a guitarra e Renato Rocha, (o ‘Negrete’) entra como baixista.





Herbert Viana e Bi Ribeiro, este último ex-aluno de inglês de Renato em Brasília, eram da banda Paralamas do Sucesso e indicaram na gravadora a fita demo da nova banda de Brasília.  Logo após a gravação chegar às mãos de executivos da EMI-Odeon, a Legião Urbana foi contratada e lançou seu primeiro álbum, em 1985, emplacando em junho daquele ano as canções “Será”, “Ainda é Cedo” e “Geração Coca-Cola”. A Revista Bizz, leitura obrigatória para os amantes da música daquela época, elegia a Legião como a melhor banda e Renato, o melhor cantor daquele ano.

A receita havia realmente dado certo e em seguida foi melhorada no álbum seguinte, Dois. Músicas como “Tempo Perdido”, “Índios”, “Metrópole” e “Quase Sem Querer” se tornam hits nas rádios de todo o Brasil. O maior sucesso do álbum foi “Eduardo e Mônica”, que conta a história de dois jovens que se apaixonam apesar dos estilos diferentes de vida. Dessa forma Legião Urbana mostrava um conteúdo que qualquer jovem brasileiro nos anos 80 compreendia e se identificava. E sem dúvidas o álbum é considerado um dos maiores discos de rock nacional da história.

Em dezembro de 1986, um grande público acompanhava a turnê do álbum que havia estourado nacionalmente. Já no ano de 1987 sai o terceiro álbum, Que País É Este, estourando o improvável hit “Faroeste Caboclo”, considerada inicialmente uma musica muito grande (nove minutos) para se tocar em rádios, o que logo caiu por terra. A música conta a saga do brasileiro João do Santo Cristo, um personagem criado por Renato e como sabemos chegou as telonas no ano de 2013, quando a letra foi adaptada para o roteiro do filme.

Renato Rocha deixa a banda ao final de uma grande turnê após uma confusão no estádio Mané Garrincha de Renato Russo com uma fã. Mas os tempos de fartura chegaram em 1989, com o trio de músicos dedicados ao estúdio, compondo e produzindo.

Depois de muita espera é lançada As Quatro Estações, álbum que inicia a fase mais madura da Legião. Em “Meninos e Meninas”, Renato Russo sugere bissexualidade. E numa histórica entrevista à revista Bizz confirmou suas preferências. 


Nove das onze músicas do álbum tocam no rádio e rapidamente o disco se torna
 o mais vendido da carreira da banda, com quase dois milhões de cópias apenas
 no ano de lançamento.



Lançado em 1991, o album V trazia um pouco de reflexão e tristeza descendentes da fase emocionalmente instável de Renato. A turnê que se seguiu teve de ser interrompida. “Teatro dos Vampiros” e “O Mundo Anda Tão Complicado” fazem sucesso. “Metal Contra As Nuvens”, a letra inclui palavras raras e referências poéticas refinadas. Já “Vento no Litoral” foi composta por Renato para o ex-namorado americano Scott, quando ele voltou para sua terra natal após morar com ele alguns meses no Brasil.
Em 1992 o disco duplo Música Para Acampamentos foi montado pelo próprio Russo com musicas já consagradas “A Canção do Senhor da Guerra”, que era uma gravação demo, virou hit. E a Legião só entraria em estúdio e lançaria um álbum de inéditas no ano seguinte. Foi ai que começou a produção de O Descobrimento do Brasil, lançado em 1993 com canções fortes e ao mesmo tempo românticas.

No mesmo ano Renato tinha se internado em uma clínica buscando se livrar de drogas e bebida. Falava de esperança e redenção. “Vinte e Nove”, “Perfeição” e “Vamos Fazer Um Filme” logo tocavam nas rádios, mas a Legião estava precisando respirar.


Quando então se sentiram “dando um tempo”, Renato ocupou a brecha desenvolvendo seus projetos solo. E só em 1996 Renato viria a trabalhar novamente em material inédito da Legião Urbana, já  “correndo contra o tempo”. Na época não se sabia a razão, visto que Renato não falava publicamente que tinha contraído HIV (era soropositivo desde 1990). Mas naquele ano ele buscava registrar tudo o que sentia naqueles momentos que já intuía serem finais. Assim surgiram A Tempestade ou O Livro Dos Dias, lançado um mês antes de sua morte.


Em outubro de 1996 morre Renato Russo em consequência de complicações
causadas pela Aids, Seu corpo foi cremado e suas cinzas lançadas sobre
 o jardim do sítio de Roberto Burle Marx.


A Legião Urbana, entretanto, não morreu em nossos pensamentos e nossos corações, sentimos falta de grandes músicos como Renato Russo, em um tempo que as bases e os ritmos falam mais que os cantores, que se atentam somente em busca de atenção para ter sucesso. Sentimos muito a falta de grandes artistas que viviam o que compunham e que além de músicos eram grandes pensadores.


Rodrigo Coelho Santos

05/05/2016

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