Em 1980, surge
no Rio de Janeiro a Banda Blitz com a seguinte formação: Evandro Mesquita, guitarra e voz; Fernanda Abreu, backing vocal; Marcia Bulcão, backing vocal;
Ricardo Barreto, guitarra; Antônio Pedro Fortuna, baixo; William
"Billy" Forghieri, teclados; e Lobão (depois substituído por Juba).
Existem dentro da formação da Blitz muitos fatos curiosos e bacanas para
guardarmos na sua divertida história.
Evandro Mesquita o vocalista e galã da banda, junto com Fernanda Abreu vieram
do grupo de teatro “Asdrúbal trouxe o trombone”, um grupo de estilo cômico e
anárquico, que faziam parte pessoas conhecidas como: Regina Casé, Luis Fernando
Guimarães, Patrícia Pillar, Patrícia Travassos, Perfeito Fortuna, Cacá Dionísio, Nina de Pádua, Cazuza. Baseados no grupo americano Monty Python, o nome do grupo era por
causa de um código entre a Regina Casé e o pai dela Geraldo Casé, que ao falar
o nome da banda, eles saiam de fininho na mesma hora.
Lobão que deu o nome a banda, viera da banda Vimana, (citada
em uma das nossas postagens) ele ficou pouco tempo, acreditando que a Blitz
estava comercial demais e também não querendo tocar as suas próprias composições,
programa-se para sair, porem precisava abrir caminho para sua carreira solo.
Sabendo que foram chamados para serem entrevistados por uma revista de grande
circulação, ficou calado só para sair na capa. Na entrevista falou muito e
chamou a atenção, para em seguida com a revista debaixo do braço e a fita de
“Cena de Cinema” nas mãos, bater na porta de uma gravadora e em 20 minutos ter
contrato assinado e carreira solo garantida. Queimado na Blitz, apesar de estar
na capa do disco da banda, desenharam no lugar dele a cara do lobo mau como
retaliação.
Em 1982 depois
de algumas apresentações na famosa lona azul e branca no Arpoador o “Circo
Voador”, a banda lançou o hit “Você Não Soube me Amar” em um compacto somente
com essa música no lado A, no lado B o disco repetia: “nada, nada, nada”. Em
três meses foram vendidas 100 mil cópias e quase um milhão de cópias em um ano.
Rapidamente lançaram o primeiro LP “ As Aventuras da Blitz” que em poucos meses
atingiram a impressionante marca de 500 mil cópias, lembrando que era uma época
sem pirataria quanto aos LPs, somente ocorriam algumas cópias em fita k7.
Continuando as
curiosidades dessa Banda que a irreverência e a veia cômica a distinguia das
demais, o primeiro LP ainda em época de ditadura militar e controle rígido de
censura, teve as duas últimas faixas do lado B censurados, mas como já tivera
uma primeira grande prensagem das bolachas de vinil, a censura literalmente
riscou as duas faixas para que não se pudesse ouvi-las.
As músicas
censuradas seriam hoje músicas de roda. Evandro
Mesquita, relata no livro de Rodrigo Rodrigues que escreveu sobre a Blitz
(Ediouro, 2009), que "muita gente veio reclamar comigo dizendo que tinha
quebrado a agulha do toca-discos tentando ouvir as faixas riscadas".
A Blitz era uma banda colorida, irreverente, divertida
e que para o BRock nacional dos anos 80 fixa-se como uma das mais marcantes. O
divórcio realmente aconteceu em 1986, onde os primeiros integrantes realmente
se separaram. Pela força do marcante Evandro Mesquita, ela retorna em 1990 e
até hoje continua pela mão da sua batuta. Justificando o que aconteceu com a
Banda em 1986 Evandro explica ao O Globo em 2009: “Como em todo casamento e namoro, tem ciúme, inveja, intriga. Acho que a
Blitz se suicidou nessa do ego, da ilusão do sucesso; quem não estava com a
cabeça preparada caiu nessa armadilha, e chegou uma hora em que não deu mais.”
Essas intemperes,
humor, rusgas, curiosidades, que fizeram da Blitz ter marca única entre todas
as bandas dessa época.
Marcelo Bello de Oliveira
07/06/2016
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